A Análise Financeira nas entidades do 3º setor
Cada vez mais, as entidades do 3º Setor devem pautar a sua gestão pelos mais elevados padrões de qualidade e rigor.
O voluntarismo coabita, agora e cada vez mais, com quadros qualificados que disponibilizam todo o seu conhecimento, em prol de uma gestão mais eficaz e eficiente destas Instituições. E todos têm a ganhar. Por um lado, as Instituições integram nos seus quadros pessoas – normalmente, jovens – que trazem em si os conhecimentos de Gestão, uma grande energia e a vontade de colocar em prática todas as suas aptidões. Por outro lado, abre-se uma janela de oportunidade no mercado de trabalho, desconhecida para muitos, especialmente aproveitada pelos recém-licenciados.
É uma relação bidirecional que tem produzido resultados de excelência.
Neste sentido, a Análise Financeira, “algo” que em tempos se ligava apenas ao mundo empresarial, é hoje um tema cada vez mais em cima da mesa nas entidades do 3º setor. O planeamento, a estratégia, a análise dos resultados, a gestão do lucro/prejuízo ou a capacidade de rentabilizar os recursos para melhorar a qualidade dos serviços a prestar às comunidades, fazem parte do quotidiano de trabalho daqueles que têm como missão apoiar as direções das Instituições nos seus processos de gestão.
E a tomada de decisão deve basear-se em elementos concretos e rigorosos, para que, de cada decisão, nasça uma nova janela de oportunidade. Estas janelas não significam apenas crescimento económico e financeiro, mas evolução no tipo de serviços prestados à comunidade, quer na melhoria das condições de prestação atuais, quer inovando na oferta de serviços.
A Análise Financeira tem na sua base a correta utilização da informação contabilística como instrumento de gestão. A análise das demonstrações financeiras – Balanço, Demonstração de Resultados, Demonstração de Fluxos de Caixa, … - permitirá avaliar, entre outros, a solidez e o equilíbrio financeiros (ciclo de exploração, tesouraria líquida,…), a eficiência e a rendibilidade (estrutura de rendimentos e gastos, rendibilidade dos serviços prestados, subsídios e donativos,…), a exposição ao risco (ponto crítico, margem de segurança, risco económico e financeiro, …), a gestão corrente (prazos médios de pagamento e recebimento, …). Poder-se-á trabalhar um conjunto de indicadores “sociais” que permitirão, por exemplo, apoiar na análise do comportamento das diversas valências / respostas sociais, do recurso ao voluntariado, entre outros.
A Análise Financeira, além de uma ferramenta imprescindível à tomada de decisão rigorosa e consciente, é um elemento fundamental de análise para os diversos stakeholders da Instituição: instituições bancárias, Estado, fornecedores, colaboradores, entre outros.
António Filipe Cruz | Gestor de Formação e Coordenador Pedagógico
F3M Information Systems, S.A.
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