JAN'2017

A Avaliação de Desempenho (AD) é uma temática que, apesar de estar implícita no quotidiano nas Instituições, é alvo de grande resistência, quer pelas direções, quer pelos trabalhadores. Contudo, quase podemos invocar a estória do “Patinho Feio” para afirmar que é tudo resultado de um enorme desconhecimento. Mas, vamos por partes. 

O que é a AD? Dito de uma forma simples, é um processo, uma ferramenta de medição de resultados, isto é, estabelece uma relação entre o objetivo programado e o resultado alcançado pelo colaborador.

Para que serve a AD? Permite que a Instituição possa rever a performance e adequar a estratégia global, de forma a atingir os seus objetivos. Recordemos que o objetivo de uma IPSS passa por cumprir a finalidade social e de assistência para que foi criada, sem esquecer a sua sustentabilidade económica e financeira. Por esta via, é fundamental fomentar boas práticas, para que cada colaborador conheça o seu papel, reveja o seu desempenho e assim contribua para o sucesso comum da Instituição.

É muito importante que a Avaliação de Desempenho seja mais do que o mero cumprimento de uma formalidade, em que a direção avalia os seus colaboradores. É importante que quem tem a responsabilidade de gerir seja também ele avaliado. É uma ótima forma de conhecer o que a estrutura pensa do seu trabalho e sente quanto à estratégia definida, além de permitir antecipar potenciais conflitos e encontrar soluções. O envolvimento de todos é uma garantia de que este não será mais um projeto muito interessante que não chega a “sair da gaveta”.

O que a determina a AD? As Instituições são compostas por pessoas. Cada uma tem o seu perfil, valores, objetivos pessoais, forma de trabalhar e de se relacionar com os colegas e com os clientes / utentes. O grande desafio de cada Instituição é potenciar todas estas diferenças numa estratégia comum. Esta estratégia passa por criar uma ferramenta, um mecanismo que seja apreendido por todos e estabeleça para cada elemento, incluindo a direção, um conjunto de linhas orientadoras e parâmetros que permitam medir o resultado do trabalho (ou do desempenho das funções), monitorizar e informar a todos o cumprimento ou desvio face aos objetivos.

Por vezes, tende-se a olhar para estes objetivos apenas na perspetiva económica e financeira. Nada mais redutor. Sendo fundamentais, pois determinam investimentos, contratações, prémios, etc., não podem desvincular-se das práticas de excelência do trabalho. São essas práticas que conferem características distintivas no mercado e que vão privilegiar a Instituição A face à Instituição B. Também neste setor a concorrência é uma realidade. E esta realidade combate-se com serviços de qualidade e bons resultados financeiros. 

Quais os Benefícios da AD? Podemos medir os benefícios em várias vertentes. Para a direção, permite avaliar o desempenho dos colaboradores, medir os resultados e redefinir estratégias em prol da melhoria contínua. Para os colaboradores, permite que cada um saiba o que é esperado de si e a forma como está a cumprir os seus objetivos. Potencia a valorização profissional, promove a melhoria de procedimentos e funciona com instrumento de autoavaliação e autocorreção.

Para a Instituição, permite avaliar o potencial do seu quadro de pessoal, gerir carreiras, identificar fatores críticos a melhorar e definir estratégias.

Por tudo isto, a Avaliação de Desempenho não pode ser encarada como um mero instrumento burocrático, mas como um instrumento fundamental de gestão, que premeia o mérito, realça os resultados e contribui de forma decisiva para os objetivos da Instituição e para o cumprimento da Missão.

António Filipe Cruz
Gestor de Formação e Coordenador Pedagógico
F3M Information Systems, S.A.



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